Vanda Lúcia Breder
Morre-me no espírito
a inquietação da espera.
Sobra-me nos olhos
este brilho de felicidade.
Bastou-me afagar teu coração nesse jogo da verdade:
sentir-te os passos trôpegos, mal dados;
transitar-te os sonhos majestosos, enfileirados;
rasgar-te a máscara e penetrar-te o olhar;
vencer-te a incerteza num afago;
inscrever-te na vida à custa desse amor;
emprestar-te esta paz enquanto a tua germina.
Mostro-te meu coração aberto, disposto,
enquanto o teu está na minha mão, sangrando.
Julguei-te impenetrável, como uma pedra,
e cansei-me da jornada;
encontro-te ao pé da porta,
trazido pelo frio e pelo vento.
Abriga-te o nosso leito,
com meus beijos.
Aquece-te este amor.
Cansou-te os olhos de chorar em vão.
Agora,
ronda-te a esperança, sussurrando promessas.
Partes novamente,
tendo o sol como alvo.
Encosto-te ao peito
e sigo-te os passos firmes.
Toma-me pela mão,
navegas os meus sonhos,
ensina-me teu caminho,
enquanto adormeço.
Morre-me no espírito
a inquietação da espera.
Sobra-me no sono
este brilho de felicidade.
Não há comentários postados até o momento. Seja o primeiro!