Heldo Siqueira da Silva Junior*
Apesar do nome, a Teoria Monetária Moderna baseia-se na lógica das Finanças Funcionais que tem por volta de 70 anos. Trata-se de um arcabouço importante pois permite a contraposição à lógica das finanças saudáveis. Neste sentido, apresenta-se não como uma regra para a gestão do Estado, de que trata a teoria convencional, mas para o manejo do sistema econômico como um todo. Em seu formato digital, com o equivalente a 295 páginas, o livro “Problemas e limites da Teoria Monetária Moderna – MMT e das Finanças Funcionais” busca tratar do tema desde as concepções mais básicas, para pessoas que se interessam pelo tema sem terem a formação em economia, chegando a conceitos mais profundos da teoria para aqueles que já possuem algum conhecimento e que gostariam de ter acesso a elementos críticos.
Para o primeiro tipo de leitores, são apresentados inicialmente conceitos que diferem das ideias econômicas convencionais. São apresentadas as bases da teoria das Finanças Funcionais e da Teoria Monetária Moderna. O surgimento da moeda e sua relação com o Estado, o conceito de capital e o debate político em torno do tema é revisitado para dar ao leitor a base para o debate posterior. Nesse sentido, volta-se à concepção cartalista da moeda, na qual o Estado é o emissor da moeda e em consequência disso do crédito, em contraposição à teoria quantitativa. Assim é possível identificar a relação entre a moeda, o crédito e o Estado, com uma concepção lógica do capital e não como uma pressuposição abstrata.
Refinados esses conceitos, é discutida a relação da moeda com a inflação a partir da lógica das Finanças Funcionais. A ideia é requalificar o juízo de que a inflação é um problema exclusivo da gestão monetária, com um debate mais profundo sobre sua relação com o desemprego. Nesse momento, o leitor já possui elementos para uma crítica da teoria com base à formulação que se busca na obra.
Nas partes seguintes são apresentadas as críticas sobre a teoria em sua forma abstrata. O objetivo é adaptar a teoria às restrições de países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Assim, devem ser observados os limites da gestão pública à partir das Finanças Funcionais, seus problemas no câmbio e no emprego. Além disso, a Restrição Externa é apresentada como um elemento a ser mitigado na condução econômica dos países.
Conforme avança, a obra apresenta noções para uma nova visão da teoria das Finanças Funcionais. Nesse momento, são rediscutidos os conceitos de inflação, como base na lógica da restrição externa, o câmbio e o crescimento de longo prazo. Por fim é apresentada uma Teoria Funcional da Restrição Externa. Assim, amarram-se os conceitos apresentados a sua crítica e se apresenta uma nova lógica para concepção da gestão econômica de países com restrição externa.
Do ponto de vista teórico, é feita uma revisitação de ideias de senso comum, com uma visão alternativa. Leitores que buscam uma forma de interpretar a economia poderão ver na lógica apresentada uma ferramenta bastante interessante de fazê-lo. Estudiosos de temas econômicos podem interessar-se pela visão apresentada e compará-la com elementos da visão convencional.
*Mestre em economia pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Serviço
Título: Problemas e Limites da Teoria monetária Moderna- MMT e das Finanças Funcionais: Câmbio, Inflação, Restrição Externa e subdesenvolvimento
Autores: Gustavo Galvão e Heldo Siqueira da Silva Junior
E-book disponível na Amazon: R$ 24,90
Preço do livro físico: R$ 39,00 + Frete
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