Em
seguida, tem destaque os bens de consumo duráveis, onde estão presentes
atividades que lideraram o crescimento nos anos 2000, alguns deles
beneficiados com políticas anticíclicas, como redução de impostos. Neste
grupo encontram-se setorescomo veículos automotivos (carros, motos) e
linha branca (geladeira, fogão, micro-ondas, etc).Neste setor é
observado o anúncio do fechamento de empresas, como aMabe, em
Hortolândia/SP, dona de marcas como Continental e Dako, e que deve
demitir aproximadamente 2 mil funcionários [3]. Nesta categoria também
estão presentes os eletrônicos, tais como smartphones, tablets e
notebooks, que modernizaram os padrões de consumo no país na década
passada. Neste grupo, a redução da produção física foi de -18,7% e das
importações -30,6%.
Os
bens intermediários foram os menos afetados na produção física. Nele
estão presentes a atividade de refino de petróleo, de elevada produção e
consumo doméstico e a de celulose, que tem sido um vetor de exportação.
A
taxa de câmbio pode ter contribuído para amenizar os efeitos da crise e
seus impactos sobre a já combalida produção industrial doméstica.
Também teve papel na manutenção das margens de lucro de setores
exportadores, fortemente impactados pela queda de preços de commodities.
Contudo, está longe de sozinha, ou juntamente com o ajuste fiscal,
conseguir retomar o dinamismo e protagonismo da manufatura no país.
Diante
desse quadro, dadas as taxas de crescimento negativas da indústria de
transformação nos anos 2010, já é possível falar em uma
desindustrialização em termos absolutos no Brasil? Como reverter esta
perversa dinâmica? O ajuste fiscal, com elevado corte de investimentos
públicos, será o melhor caminho para a retomada do desejável
protagonismo da indústria?
*Professor, Doutor em Ciências Econômicas
**Publicado também em Folha Diária
[1]
Dados das Contas Nacionais Trimestrais, divulgados pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Referência 2010. O dado
para o Produto Interno Bruto (PIB) foi inferior ao da indústria de
transformação somente no primeiro período (2001-05), com resultados
médios anuais de, respectivamente, 2,9%, 4,5% e 2,2%. O acumulado do ano
até o terceiro trimestre de 2015 é de -3,2%.
[2] Dados do Balanço de Pagamentos do Banco Central do Brasil.
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